sexta-feira, 27 de abril de 2007

Entre o claro e escuro da vocação


Nas conferências alguém nos dizia que seriamos animadores... Essa era uma vocação! Mas, será?? Mas... e como eu posso saber se tenho ou não vocação? É que a vocação é como um claro-escuro. «E isso o que quer dizer?» A vocação é um caminho com momentos de certezas absolutas e momentos de dúvidas insuportáveis. Mesmo assim, como posso saber eu se é ou não vocação?

A arte diz que o fenómeno do claro-escuro faz-nos aperceber do geral conteúdo duma obra pela combinação de luzes e sombras...
Mas afinal o que é a vocação? È muito difícil definir a vocação sem cair em termos subjectivistas ou, pelo contrário, friamente objectivistas. Por exemplo, é a vocação um impulso interior? Sim, de alguma forma é isso, mas não só. É então decidir-se por um estilo de vida, deste modo ou de outro, por uma livre e consciente decisão? Também é isso, mas não só. É, porventura, um chamamento que bate à porta do coração e nos seduz para viver e proclamar o seu amor sem nos deixar hipótese alguma de fugir? É e não é.
Podia-mos seguir a nossa conversa, alargando as perguntas e respostas, sem obter uma única e absoluta que contenha em si toda a verdade sobre a vocação. Isto acontece porque a vocação não é um facto frio e acabado mas é um mistério de amor.
«E como se deve agir diante de um mistério?» Com contemplação; isto é, olhar com olhos de criança: pureza, simpleza, humildade..., e aceitar ou considerar como um ancião: com sensatez, com prudência, com delicadeza, em último termo; com amor e carinho. Deste modo, eu diria que a vocação é como um “bichinho interior” que nos impulsa e nos expulsa para nos entregar sem reservas... Todavia, esta definição peca de ser muito pobre, vou tentar enriquecê-la... A vocação é sentida um chamamento nas nossas vidas, no nosso dia a dia, no concreto das nossas actividades para levar-nos a gozar, e levar os outros a gozar também, das delícias do verdadeiro Amor. Ainda mais, a vocação é a maior prova do Amor que alguém nos dotou, que nos quer assim tão pobrezinhos como somos, com as nossas limitações e os nossos defeitos.

Na nossa vida quotidiana chamamos sinais àquelas referências materiais (ou não) que nos advertem para isto ou aquilo. Assim temos os sinais de trânsito, os sinais ortográficos, os sinais da natureza... Na vida da vocação também se encontram sinais que nos advertem para um “possível” chamamento.

Esses sinais são interiores e exteriores, sendo os interiores aqueles que sentimos no íntimo do nosso ser aonde ninguém pode entrar se não o permitirmos, e os exteriores aqueles que nos vem de fora; isto é, pessoas, acontecimentos, situações, etc. Os sinais exteriores podem funcionar como uma aprovação ou certificação dos sinais interiores porque depois de sentir certas inclinações interiores vemos que acontece um acto exterior a nós que nos impulsiona para isto ou aquilo e nos leva a pensar que isso tem um motivo, que não é por acaso, que significa alguma coisa...
Em todo o caso, quer sejam interiores quer sejam exteriores, os sinais são aquelas setas que nos vão apontando o caminho para podermos chegar à meta onde veremos mais claro aquilo que devemos fazer...

Missionários das novas Tecnologias

Serão as TIC um modo de animação?
Hoje podemos apontar os grandes grandes eventos que marcaram o ínicio da era da comunicação global: o lançamento do satélite de comunicações pela NASA (o chamado «Echo1») e a primeira transmição em directo para todo o mundo dos Jogos Olimpicos de Tóquio.
Deste modo, os satélites e os computadores deram início à chamada "auto-estrada da comunicação". Assim, podemos conhecer em directo tudo o que se passa no mundo graças às TIC. Para além da comunicação social, existem outras áreas da vida que também beneficiam com as novas tecnologias, como por exemplo:
- arte e cultura: podem ser conservadas e divulgadas;
- aulas: podem ser interactivas, apresentações digitais ou video-conferências;
- medicina: na pesquisa de medicamentos, prestação de cuidados;
- cinema, música, teatro;
- prevenção de catástrofes e rápida ajuda humanitária...
São inúmeros os motivos para celebrar as vantagens das novas tecnologias. Apesar disso dados na ONU alertem que a maioria da população mundial não têm acesso ás tecnologias. Enquanto na Europa, em cada 100 pessoas 33 usam a Internet, no Sudueste da Ásia e da África são apenas 2 e na América 9. As razões apontadas são inúmeras, tais como a pobreza, a falta de eléctricidade, a governação do país...
Apesar dos países pobres pediram esforços aos países ricos para os ajudarem a vencer o atraso do desenvolvimento ainda existem 120 milhões de crianças que não frequentam uma escola... Caros colegas, "missionários" das novas tecnologias... é urgente!!! E porque não, começar pelos animadores?!

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Será este o cúmulo da Paciência?


Os monges de um convento, vendo que as paredes do refeitório estavam muito feias e manchadas, mandaram vir o pintor da aldeia. O artista acorreu à chamada, munido de escadote, tintas, pincéis, baldes. Olhou demoradamente para as paredes da sala em causa, colocou as suas ferramentas a um canto e despediu-se. Os monges esperaram-no no dia seguinte e no outro e no outro… Se o artista não dava ares de querer aparecer, os bons dos monges também não se precipitavam a convocar a sua presença. Passadas algumas semanas, o dispenseiro do convento viu o pintor. Nas suas voltas pelo mercado da aldeia avistou-o, sentadinho num banco, pasmado a observar o que de legumes e frutas havia por ali em exposição. Não ousou o monge aproximar-se, para não o distrair, mas relatou o que vira aos seus superiores. Dias mais tarde, outro monge, encarregado de procurar ervas curativas nas margens de um rio próximo, descobriu o pintor, muito absorto a olhar para as árvores e para as águas da corrente. Sem se fazer notar, voltou para o convento e deu conta do que vira. E assim continuaram à espera até ao dia em que o pintor bateu ao portão do convento. Ninguém lhe fez perguntas e ele, silenciosamente, deitou mãos à obra. Grande foi a alegria dos monges ao verem aparecer nas paredes do refeitório os mais belos e variados motivos, desde bancas repletas de hortaliças e frutas, a peixes prateados no leito de um rio cercado de árvores que muito bem conheciam...

Os monges desta história, com sabedoria e paciência, deram tempo ao pintor para encontrar os elementos e a inspiração de que carecia para o seu trabalho. Mas sabedoria e paciência também assistiram ao pintor, já que soube cumprir o seu tempo de demanda de motivos, sem os quais aquela encomenda não poderia ter boa execução. Tal como os monges desta história, também nós (os animadores da história), sentamo-nos num belo prado, respiramos com a mesma profundidade com que suspiramos no dia em que nascemos e, naquela “tranquilidade da ordem”, naquela Harmonia, que se reflecte no rosto do homem, como uma espécie de sinfonia dos valores mais belos, inscritos na partitura da Humanidade esperamos perceber, ao fim e ao cabo, que a paciência é a síntese de todos os bens, o corolário, o fruto mais belo, dos bons frutos, cultivados no campo do mundo! E, acreditamos que, em última instância, esta paciência conduzir-nos-á à meta proposta, ao culminar desta jornada!

"Pensamitos" de mais uma semana...


Na correria de tantas reuniões, encontros, aulas, trabalhos, discussões sobre as incertezas do curso, palavras ditas e não ditas e tantos portfólios... pensamos numa virtude, tão fugaz e tão precisa nos tempos de hoje que muito carece um animador: a paciência. Segundo Dalai Lama, a paciência é a maior defesa que um sujeito pode desenvolver. Serve para que tudo seja colocado no seu devido lugar antes de se tirar conclusões ou fazer julgamentos. Às vezes é preciso ficar em silêncio, recuar antes de agir e, só depois, dar um passo adiante. Paciência, no entanto, para Dalai, não é omissão. É a determinação do tempo ideal para cada coisa. É o sujeito saber tratar do seu inimigo interior antes de lidar com as adversidades externas.
Trata-se de um conceito difícil de entender pois a cultura ocidental cultiva a pressa. É um facto que as pessoas vivem cada vez mais em maior velocidade. É como se estivéssemos à procura de algo que nunca vem. Fazer o maior número de coisas no menor espaço de tempo procuramos que seja, agora, sinónimo de eficiência. Pessoas tranquilas e pacientes são consideradas omissas e passivas. Para Dalai Lama, no entanto, paciência é compreender que as melhorias gradativas são as verdadeiras e que as mudanças rápidas não passam de uma farsa.
As incertezas do curso e as expectativas de um futuro ainda incerto fazem com que andemos todos muito impacientes. Será que há um fungo de impaciência no ar que respiramos? Pensando nesta hipótese e num antídoto eficaz para o combater, lembramo-nos de um belíssimo conto de Almada Negreiros que publicaremos no post que se segue....

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Os Animadores

terça-feira, 3 de abril de 2007

Feliz Páscoa


Todos nós procuramos adquirir bens para motivar a nossa felicidade. Até que num determinado momento da vida, começamos por perceber que nós é que fazemos as mudanças internas. Cristo já há muito nos convidava para uma mudança contínua em busca de Paz, Harmonia, União e Fraternidade. Está aí a chave para vivermos melhor. Nesta Páscoa, que bom seria se nos propusessemos a todos os dias mudarmos gradativamente. Isso também faz de nós bons animadores quando procurando sentir o valor verdadeiro da vida, que se apresenta a todos nós, de modo muito simples. Nesta Páscoa, não desejamos ovos, nem amendoas, nem coelhinhos da Páscoa. Desejamos que todos nós iniciemos a nossa busca por este ideal, deixando que a Páscoa seja mais que o símbolo de um dia e se transforme numa forma de vida para toda humanidade.
Tenham uma Feliz Páscoa!