sexta-feira, 13 de abril de 2007

"Pensamitos" de mais uma semana...


Na correria de tantas reuniões, encontros, aulas, trabalhos, discussões sobre as incertezas do curso, palavras ditas e não ditas e tantos portfólios... pensamos numa virtude, tão fugaz e tão precisa nos tempos de hoje que muito carece um animador: a paciência. Segundo Dalai Lama, a paciência é a maior defesa que um sujeito pode desenvolver. Serve para que tudo seja colocado no seu devido lugar antes de se tirar conclusões ou fazer julgamentos. Às vezes é preciso ficar em silêncio, recuar antes de agir e, só depois, dar um passo adiante. Paciência, no entanto, para Dalai, não é omissão. É a determinação do tempo ideal para cada coisa. É o sujeito saber tratar do seu inimigo interior antes de lidar com as adversidades externas.
Trata-se de um conceito difícil de entender pois a cultura ocidental cultiva a pressa. É um facto que as pessoas vivem cada vez mais em maior velocidade. É como se estivéssemos à procura de algo que nunca vem. Fazer o maior número de coisas no menor espaço de tempo procuramos que seja, agora, sinónimo de eficiência. Pessoas tranquilas e pacientes são consideradas omissas e passivas. Para Dalai Lama, no entanto, paciência é compreender que as melhorias gradativas são as verdadeiras e que as mudanças rápidas não passam de uma farsa.
As incertezas do curso e as expectativas de um futuro ainda incerto fazem com que andemos todos muito impacientes. Será que há um fungo de impaciência no ar que respiramos? Pensando nesta hipótese e num antídoto eficaz para o combater, lembramo-nos de um belíssimo conto de Almada Negreiros que publicaremos no post que se segue....

1 comentário:

Clara Coutinho disse...

Como compreendo as vossas inquietações... Acho que nós ocidentais, passamos a vida a correr e, quando nos damos conta, apercebemos de que a vida passou e afinal correr tanto não nos "encheu" verdadeiramente a vida...
Surpreende-me que tão jovens já se tenham apercebido de algo que só descobri recentemente quando visitei o oriente e me apercebi de como as pessoas são tranquilas, serenas e sempre com um sorriso nos lábios. Mesmo os mais idosos... Por isso é bom de parar de vez em quando para pensar e reflectir naquilo que vale mesmo a pena...